04/04/2022 às 18h36min - Atualizada em 05/04/2022 às 00h01min
Alta nos preços deve seguir até o fim de 2022, aponta economista do IBMR
Marcelo Anache, professor de Ciências Econômicas do Centro Universitário, afirma que as famílias assalariadas serão as mais impactadas pelo atual cenário
O brasileiro já percebeu que, com o orçamento de 15 dias atrás, não é mais possível levar para a casa hoje, a mesma lista de compras. Isso porque vivemos um panorama de alta generalizada de preços, a temida “inflação”. O aumento do petróleo “puxou” para cima o valor médio de uma série de itens como frete, custo do transporte público e, claro, alimentos. “Esse processo começa em um nicho específico, que tem alto poder de proliferação, como é o caso do petróleo. Ele atinge a geração de energia; o gás; e todas as matérias-primas que derivam dele, provocando uma reação em cadeia”, aponta Marcelo Anache, economista e professor do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário IBMR.
Segundo Anache, a grande questão da alta em produtos derivados do petróleo está justamente nesse disparo sequencial para outros nichos econômicos. “Enquanto o conflito na Ucrânia persistir, os preços seguirão inflacionados. O petróleo é uma commodity cujas transações são em dólar, no mundo inteiro. A produção das refinarias brasileiras não é suficiente para abastecer o mercado interno. Com isso o país precisa buscar no exterior um óleo que não é produzido aqui. O produtor não cobrará um valor menor do que o custo internacional que ele tem para processar o combustível.”
A isso ainda se somam o trigo, o milho e os fertilizantes, de acordo com o docente. “Os fertilizantes estão entre os principais componentes de custo na produção de commodities. Assim, a maior parte da inflação brasileira é importada. Por uma questão de inércia, a inflação atual vai perdurar até o fim do ano.”
Anache explica que essa inércia significa dizer que, como no Brasil ainda temos alguns tipos de preço que trabalham indexados a certos índices, sempre que há alterações nesses indexadores, consequentemente, haverá aumento. “É o que chamamos de retroação de preços.”
Ele esclarece que como os indicadores mudam, as alterações nesses índices são absorvidas por um determinado nicho de mercado, e alguns reajustes de preço devem seguir, pelo menos, até dezembro. “Vivenciamos um processo inflacionário no mundo todo. Cadeias produtivas estão sendo impactadas desde o início da pandemia. Muitos setores ainda estão se reorganizando, pois houve uma quebra importante na cadeia produtiva com a crise sanitária. As atividades econômicas voltaram, mas durante a pandemia, não havia oferta. Agora, existe uma demanda acelerada e por isso, o preço sobe. Não se trata de uma inflação de demanda. É uma questão que vem de um custo maior de produção, ou quebra na produção, atingindo inúmeros setores”, avalia Anache.
Famílias assalariadas sentirão mais o efeito inflacionário O professor do IBMR destaca que em cenários como o que vivenciamos hoje, com a alta constante de preços, as classes menos favorecidas são as mais atingidas. “A renda média das famílias caiu e a taxa de desemprego é um dos motivos. A renda encolheu como um todo.”
Anache ressalta que a população assalariada não consegue ter margem de manobra para lidar com a inflação, pois depende de um reajuste anual, enquanto que os preços aumentam de acordo com outros cenários econômicos, em velocidade totalmente distinta. “É uma corrida injusta. Quando há o reajuste médio do salário mínimo, esse cálculo não acompanha a inflação vigente. Quem vive de renda, como donos de negócios de comércio e serviços, por exemplo, consegue estabelecer preços conforme o custo da atividade. Então, se torna possível reposicionar a renda. O que não ocorre com a população assalariada”, pondera.
Fonte para a imprensa: Marcelo Anache, economista, professor de Ciências Econômicas do Centro Universitário IBMR e autor do livro “A construção de um metaparadigma para a ciência econômica – uma proposta de framework pluralista”. O especialista está disponível para repercutir o cenário da alta de preços vigente.
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