16/08/2022 às 12h20min - Atualizada em 16/08/2022 às 12h20min
CRM-PB constata condições inadequadas e interdita Unidade de Saúde da Família em João Pessoa
CRM-PB observou falta de equipamentos e insumos na unidade de saúde, que também estaria apresentando problemas de infraestrutura e de segurança
Portal Correio
Foto: Divulgação/CRM-PB O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente o trabalho dos médicos da Unidade de Saúde da Família Integrada Integrando Vidas, no bairro João Paulo II, na Zona Sul de João Pessoa, a partir da zero hora desta terça-feira (16).
A equipe de fiscalização do CRM-PB esteve na unidade nessa segunda-feira (15) e constatou que o local não apresentaria as mínimas condições para o ato médico, com mofo e infiltrações, falta de equipamentos básicos e insumos, além de problemas de segurança, com relatos de vandalismo e ambientes sem portas e janelas.
A USF é uma unidade integrada, na qual atuam quatro equipes, com atendimento realizado por médicos residentes, sob supervisão de um preceptor. Nos consultórios médicos foi constatado que não há colchão na maca para o paciente ser examinado, a pia está sem funcionar e faltam sabonete líquido, toalha de papel, além de equipamentos básicos como estetoscópio, otoscópio, oftalmoscópio, esfigmomanômetro, balança e lanterna.
Também foi verificado que, nos consultórios, há odor de mofo, infiltrações e intenso calor. Não há climatização e algumas lâmpadas não funcionam. O corredor da unidade está com o teto mofado e, nos períodos chuvosos, há alagamento. A equipe do CRM-PB observou também uma grande quantidade de gatos nas áreas interna e externa da unidade, inclusive dentro dos consultórios. Um dos médicos residentes relatou que já foi mordido por um dos animais.
Os próprios profissionais de saúde interditaram alguns ambientes da unidade por falta de condições de uso, como a sala de curativos, a sala de coleta ginecológica, o almoxarifado e o banheiro do consultório médico. A coleta ginecológica vem sendo realizada na sala de enfermagem.
“Diante destas condições, não tivemos outra alternativa e tivemos que promover a interdição ética da unidade. A população tem direito a um local digno de atendimento e os profissionais de saúde precisam do mínimo de condições e equipamentos para realizarem seu trabalho”, explicou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
O relatório da fiscalização, com as irregularidades apontadas, foi entregue à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa para que as providências sejam tomadas. Conforme Bruno Leandro, assim que as inconformidades sejam resolvidas, o CRM-PB desinterditará a unidade.
Procurada pelo Portal Correio, a assessoria de imprensa da SMS emitiu uma nota sobre o caso. Veja abaixo, na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde informa que está traçando estratégias para que o atendimento médico não seja interrompido, enquanto os reparos estruturais necessários são realizados.
Foto: Divulgação/CRM-PB
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