27/02/2023 às 16h05min - Atualizada em 27/02/2023 às 16h05min

Cliente joga açaí no rosto de entregador na PB e sindicato alerta para violência contra motoboys

Presidente de sindicato dos motoboys afirma que situações são comuns e que recomendação aos profissionais é não reagir e registrar boletim de ocorrência na polícia

Portal Correio
Um entregador foi agredido por uma cliente que reclamou da demora para a chegada do pedido em Patos, no Sertão paraibano, na última sexta-feira (24). A mulher jogou um pote de açaí no entregador.

O motoboy Ellai Guedes compartilhou um vídeo após o ocorrido, explicando o motivo da demora do pedido.

“Eu peguei uma entrega, já que era rota para onde eu ia, estava com outras duas entregas na minha ‘bag’. O pedido já estava demorado, a produção atrasada, o rapaz (do restaurante) me explicou e perguntou se eu podia levar. Eu disse que sim, mas primeiro vou deixar as outras duas”, disse.

Ellai afirmou que a cliente, além de reclamar do tempo para o pedido chegar, também se queixou que parte do açaí derramou.

“Ela já veio reclamando (da demora), um tanto alterada. Quando tirei o pedido, ela viu que tinha derramado e disse ‘não vou ficar com isso não’. Eu falei que levaria de volta, mas foi aí que ela arremessou (o pote de açaí)”, explicou.

O ato gerou um protesto por parte dos motoboys que trabalham na cidade, que saíram por algumas ruas de Patos fazendo um “buzinaço”.

Situações são comuns, diz sindicato

Ernani Bandeira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores com Motos, Motoboy, Motofrete e Mototaxi da Região Metropolitana de João Pessoa (Sindmotos), afirmou que situações como a vivida pelo entregador são comuns na rotina dos profissionais.

“A gente orienta, dá palestras de qualificação preparando emocionalmente os trabalhadores. A nossa orientação, nesses casos, é não revidar, ter calma. Se possível, conseguir testemunhas para oficializar uma denúncia, fazer BO na delegacia”, explicou.

Além da violência e até risco de assaltos, os motoboys sofrem constrangimento por parte dos clientes, diz Ernani.

“O cliente às vezes quer que o motoboy suba para entregar no apartamento e não é obrigação dele. A orientação do sindicato é que a entrega se encerra na portaria. Aí o cliente se altera e o motoboy, para não ficar prejudicado no aplicativo, acaba fazendo essa ‘bondade’. Tem gente que deixa o entregador esperando, vai até receber o pedido só de toalha”, disse o presidente do Sindmotos.


 


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