Saudando a primavera, o Pavilhão Japonês, localizado no coração do Parque Ibirapuera, inaugura a exposição “Bonsai – Forma e Tempo” no amplo jardim que circunda suas instalações. Todo o espaço passou por renovação, que inclui maior acessibilidade, além de nova pintura e um painel multicolorido, em uma parceria com o Movimento Tudo de Cor, da Tintas Coral.
Trata-se do terceiro ato protagonizado pelo Pavilhão Japonês desde o anúncio do início da pandemia em março de 2020. Com as portas fechadas à visitação pública – mas com a presença de parte da equipe de manutenção –, de maio a agosto de 2020, o Pavilhão protagonizou, ao lado do Museu da Imigração Japonesa do Brasil, a “Campanha Amigo”, visando juntar recursos para arcar com os custos básicos.
O segundo ato aconteceu ainda durante 2020, com a aprovação dos recursos para obras de acessibilidade do Pavilhão Japonês, por meio da assinatura do termo de fomento com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e a Comissão Extraordinária de Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara Municipal (presidida pelo vereador Rodrigo Hayashi Goulart). As obras de reforma (cujo projeto arquitetônico foi conduzido pelos arquitetos Elizabeth Emi Niwa e Takashi Saito) envolveram as rampas de acesso, a instalação de banheiro acessível e elevador.
Bonsai na reabertura do Pavilhão “Depois de quase dois anos fechado ao público, estamos ansiosos para mostrar as novidades nas instalações e entrar no ritmo de organização dos eventos culturais”, afirma Claudio Kurita, presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês, ao anunciar a próxima atração. Assim, para essa espécie de “terceiro ato”, o início da primavera é referência, quando é apresentado ao público a exposição “Bonsai – Forma e Tempo”, uma das mais tradicionais manifestações culturais japonesas intimamente ligadas à natureza.
“A mostra traz consigo o desafio de ilustrar, com marcos temáticos e formais, o delicado e potente universo das árvores reduzidas”, afirma Agata Takiya, curadora da exposição, acrescentando que “a mostra é a maior já exibida em São Paulo”. Trata-se da oitava edição da mostra de bonsai reunindo exemplares da coleção da empresa especializada Bonsai Kai, que, a exemplo dos anos anteriores, será montada no amplo jardim do Pavilhão, em área aberta e arejada, com cerca de 100 peças raras de mais de 40 espécies de diferentes árvores. A exposição “Bonsai – Forma e Tempo” prossegue até o dia 21 de novembro de 2021.
Painel “Santos Maru” da artista Erica Mizutani Em parceria com o Movimento Tudo de Cor, da Coral, o Pavilhão Japonês recebeu mais de 300 litros de tintas para revitalização do espaço, além de materiais de sinalização interna e mobiliário de madeira que conta com a proteção dos vernizes Cetol Sparlack. Para coroar essa união em prol da cultura, um grande mural foi feito pela artista Erica Mizutani, em um dos pontos principais do local: a parede situada no lago de carpas. O mural Santos Maru representa não apenas o navio que trouxe seu avô, mas também Kasato Maru, o primeiro a desembarcar no Brasil com imigrantes japoneses, em 1908, e todos os que vieram depois.
“São navios, canoas, diversas imagens, algumas abstratas, representando essas embarcações. Nem sempre literais, algumas contemporâneas. É o ir e vir do mar. A canoa maior talvez represente essa força vinda do meu avô, uma força muito pura, dele sempre aqui ao meu lado”, explica a artista.
A satisfação dessa realização é compartilhada pelo Movimento Tudo de Cor, iniciativa sociocultural sustentável que acredita no poder da cor e busca levar transformação e cidadania para patrimônios culturais, comunidades e espaços de relevância para a sociedade. “Estamos muito contentes em poder contribuir para a renovação desse espaço de valor histórico e arquitetônico que ajuda a preservar a cultura e a memória da imigração japonesa no nosso País, que também faz parte de minha história pessoal”, diz Flavia Takeuchi, gerente de Sustentabilidade da AkzoNobel para a América do Sul. “A cor protege e transforma e são ações como essa que justificam a razão e importância do nosso Movimento há mais de uma década”, completa Elaine Poço, diretora de Pesquisa & Desenvolvimento e Sustentabilidade da AkzoNobel para a América do Sul. Nesse período, o Tudo de Cor já entregou mais de 2 mil projetos, com 17 mil imóveis renovados, 5,5 mil pintores formados e 1,1 milhão de litros de tinta utilizados em iniciativas por todo o Brasil.
Serviços: Visitas ao Pavilhão Japonês e Exposição “Bonsai - Forma e Tempo” Dia 02 de outubro até 21 de novembro Local: Parque do Ibirapuera – portão 10 (próximo ao Planetário e ao Museu Afro Brasil) Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – São Paulo – SP
Funcionamento: quinta-feira, sexta-feira, sábado, domingo e feriados Horário: das 10h às 17h. Informações: (11) 3208-1755 ou pavilhao@bunkyo.org.br
Contribuição - adulto: R$ 15,00 Estudante com carteirinha: R$ 7,00 Idosos a partir de 60 anos: R$ 7,00 (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso) Crianças de 5 a 12 anos: R$ 7,00 Crianças até 4 anos: isento
Atenção: - Quinta-feira - Entrada Franca - Doadores da “Campanha Amigo” poderão utilizar seus ingressos
Sobre o Bonsai O bonsai teve seu início na China, por volta do século. III A.C., mas foram os japoneses que aprimoraram a técnica. Não se trata de uma planta específica, mas sim de uma técnica de cultivo de árvores em vasos pequenos. A estética é fundamental na execução de um bonsai. O objetivo da Arte bonsai é criar uma composição artística, onde usamos como modelo, a própria forma das árvores quando em seu ambiente natural.
Sobre o Pavilhão Japonês Situado dentro do Parque Ibirapuera, o Pavilhão Japonês foi construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, sendo doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV Centenário de sua fundação. Com visitas disponíveis de quinta à domingo, o espaço é considerado um dos raros pavilhões fora do Japão a preservar as características originais. O local é uma das referências das autoridades japonesas em visita ao Brasil.
Sobre a Bonsai Kai A Bonsai Kai atua desde 1995 com o objetivo de oferecer recursos para iniciação, conhecimento e aprofundamento das técnicas ligadas a arte Bonsai. Além de possuir uma das maiores e melhores coleções de bonsai das Américas, a Bonsai Kai importa e comercializa bonsai e itens necessários para seu cultivo.
Sobre Erica Mizutani Erica Mizutani traz na memória referências estéticas vividas dentro de casa onde a sala fazia de estúdio de criação do pai artista e publicitário. Nascida na cidade de São Paulo, Mizú, como é conhecida pelos amigos, traça seu caminho profissional sempre atrelado ao envolvimento criativo. Iniciou sua carreira em editoras e agências de publicidade. Cenários importantes para a sua formação atual estética. Hoje atuando em um campo totalmente autoral, Erica permeia por várias vertentes, ilustrando e pintando em plataformas variadas. Papel, desenho digital, estampas, paredes e telas. Já levou sua arte para lugares distantes, como Bélgica, EUA, França e Japão. No Brasil, suas pinturas e murais estampam desde produtos, embalagens, roupas de grandes marcas, até um mural de 250 metros de extensão na zona portuária no Rio de Janeiro. Empresas como Facebook, Suzano Celulose e Senac também tem as cores da artista em suas paredes. Seu estilo possui formas naturais e orgânicas, passando em alguns momentos pelo abstrato, criando um universo onírico cheio de transparências e combinações únicas de cores. Destaque especial para os seus desenhos e personagens, onde trazem gestos confortantes, um pouco melancólicos e quase sempre divertidos. Uma tradução leve de sua infância. Assim é a Mizú, artista, mulher, mãe de 3 filhos e que deseja confortar, espalhar amor e acolhimento com a sua arte.