11/04/2022 às 12h16min - Atualizada em 11/04/2022 às 12h16min

‘Andávamos debaixo de bombas, mísseis e balas de canhões e metralhadoras’, lembra paraibana sobre dias na guerra na Ucrânia

Emocionada, Silvana Pilipenko falou à TV Correio da luta do filho Gabriel para salvá-la da guerra.

Portal Correio
Silvana Pilipenko — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
A artesã paraibana Silvana Pilipenko, que ficou 32 dias completamente vulnerável em meio à guerra na Ucrânia, relembrou, ao desembarcar em João Pessoa, os dias difíceis que passou ao lado do marido e da sogra.

“A gente andava quilômetros debaixo de bombas, mísseis, balas de canhões e de metralhadoras. Houve muitos momentos difíceis. Cozinhar na rua com temperatura abaixo de zero, com vento, era difícil. Arranjar madeira para cozinhar era difícil, então a gente tinha que pegar móveis para fazer fogo”, recorda.

Emocionada, Silvana Pilipenko falou à TV Correio da luta do filho Gabriel para salvá-la da guerra. O jovem de 26 anos, que é engenheiro naval, estava a trabalho em Taiwan quando as tropas russas invadiram a Ucrânia. Ele tentou resgatar os pais e a avó paterna, mas não conseguiu acesso ao país. Desde então, começou a saga de Gabriel junto às autoridades para localizar e salvar a família.

Silvana, o marido e a sogra foram considerados desaparecidos por 26 dias. Mariupol, cidade onde a família Pilipenko morava, é, desde o início da guerra, a localidade mais atacada pela Rússia. A angústia deu uma trégua em 29 de março. Gabriel conseguiu que um homem localizasse os pais e avó.

“Ele disse: Seu filho me mandou tirar vocês daqui. Vocês têm 15 minutos pra sair daqui. O filho de vocês mandou eu resgatar vocês”, lembrou Silvana.

Apesar dos dias de horror na guerra, Silvana Pilipenko pretende voltar à Ucrânia assim que houver cessar fogo. “Eu prometi levar minha sogra de volta. Lá é onde está a história da vida dela”.

Silvana Pilipenko chegou em João Pessoa na madrugada desse domingo (10). Ela veio com o marido, Vasyl, e a sogra, em voo que partiu de Dubai, com conexão em São Paulo. No Aeroporto Castro Pinto, ela foi recebida por familiares e amigos. 


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