19/03/2024 às 14h28min - Atualizada em 19/03/2024 às 14h28min

Bolsonaro deu a ordem para confeccionar cartão de vacina falso, diz Mauro Cid em delação

JC
Mauro Cid diz que Bolsonaro deu ordem para fazer cartão falso de vacina contra Covid-19 - TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL
O ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimento à Polícia Federal que partiu do próprio Jair Bolsonaro a ordem para emitir cartões falsos de vacina contra a Covid-19 em nome do ex-mandatário e da filha dele, Laura Bolsonaro, em 2022. A informação é do g1.

Na manhã desta terça-feira, Bolsonaro foi indiciado pela PF por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no âmbito das investigações sobre o certificado falso.

Segundo a delação de Mauro Cid, os cartões foram impressos no Palácio da Alvorada, a residência oficial da presidência da República, e entregues em mãos a Bolsonaro.

A delação de Cid ainda é mantida em sigilo, mas trechos do depoimento foram incluídos no relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro.

"QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha [...]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON [Barros] que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha [...] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex-presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha."

Trecho da delação de Cid à Polícia Federal

"QUE confirma que recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha [...]; QUE esses certificados foram impressos e entregues em mãos ao presidente", diz outro trecho do depoimento.


Como era o esquema

De acordo com a Polícia Federal, Mauro Cid encaminhava o pedido de fraude ao ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros.

Ailton, por sua vez, enviava os dados ao secretário de Governo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, João Carlos de Sousa Brecha.

Este, então, usava suas senhas para inserir os dados falsos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde.

Cartão de vacina falso

Segundo a PF, o grupo sequer precisava dos cartões físicos de vacinação, já que os dados forjados eram inseridos diretamente no sistema do Ministério da Saúde.

Depois disso, porém, os suspeitos conseguiam imprimir certificados de vacinação pelo sistema oficial do ConecteSUS.

Bolsonaro indiciado

A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e mais 15 pessoas pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.

Agora, o processo será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se apresenta denúncia à Justiça ou se arquiva a investigação contra o político.

Se o MP apresentar denúncia e o Judiciário aceitá-la, Bolsonaro passará à condição de réu e começará a responder a processo judicial.
Citação

"QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para f

Trecho da delação de Cid à Polícia Federal


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