06/09/2022 às 12h18min - Atualizada em 06/09/2022 às 12h18min

Censo vai contar população quilombola do Brasil pela primeira vez; na Paraíba, 60 comunidades quilombolas serão recenseadas

O IBGE considera quilombola toda pessoa que se auto identifica como tal, assim como sobre as pessoas ausentes no domicílio no momento do recenseamento.

Click PB
Para atuar nessas localidades, os recenseadores receberam um dia a mais de treinamento. (Foto: Divulgação)
Pela primeira vez, desde que foi criado, o Censo Demográfico brasileiro vai contar a população quilombola. Com a inclusão da pergunta: “você se considera quilombola?”será possível obter estatísticas sobre quantos são, onde estão e como vivem os povos quilombolas. Na Paraíba, cerca de 60 localidades devem ser recenseadas ao longo da operação realizada pelo IBGE.

O IBGE considera quilombola toda pessoa que se auto identifica como tal, assim como sobre as pessoas ausentes no domicílio no momento do recenseamento. O recenseador perguntará “Você se considera quilombola?”. Em caso afirmativo é feita uma segunda pergunta: “Qual o nome da sua comunidade?”. O quesito será aberto automaticamente pelo sistema, mas apenas em locais previamente mapeados e identificados pelo IBGE como áreas quilombolas. 

Além disso, para melhorar a coleta das informações e garantir o sucesso, nas comunidades quilombolas, os recenseadores do IBGE têm procurado as lideranças locais para realizar uma reunião de abordagem. Na ocasião, eles se apresentam, explicam o que é o Censo Demográfico e pedem apoio para, então, iniciarem a coleta.

Na comunidade do Gurugi I, localizada no município do Conde, a equipe do IBGE foi recepcionada por Raisa Rodrigues, presidente da associação quilombola local. Nascida e criada na região, ela explicou que já há uma grande expectativa em torno dos resultados da operação, que poderão auxiliar no desenvolvimento de políticas pública

“Esses pequenos avanços relacionados a esse Censo têm grande importância. A gente vem fazendo um trabalho de aceitação, para o Censo mesmo. Em todas as reuniões, sempre falávamos da importância de se declarar quilombola, porque não só é minha história, mas uma de mais de 100, 200 anos de luta, para chegar até aqui. Então, eu tenho que reproduzir e gostar disso. Isso somos nós”, declarou.

Para atuar nessas localidades, os recenseadores receberam um dia a mais de treinamento. Para que as pessoas se sintam confortáveis em responder ao Censo, é importante que percebam que sua identidade e forma de organização social serão respeitadas. Para isso, foi necessário preparar os recenseadores para saberem lidar com a diversidade e alteridade, na chegada a um território ou comunidade quilombola. Eles também obedecem a protocolos de saúde em relação à Covid-19, como estar com a ausência de sintomas e o uso de máscaras e álcool em gel.


Link
    Tags »
    Notícias Relacionadas »
    Comentários »